SORRIR À VIDA
Menino
O menino de cinco anos:
- O meu sapato não cabe...
- Tu cresceste. Não há danos
E crescer é o que se sabe.
Não há culpas na medida.
- Mas tu deste-me comida...
Regra
A regra das celebridades:
Cultiva um ar de mistério,
Não te expliques, sejam quais forem as oportunidades,
Nem te queixes do minério
Que colhas ou não colhas.
- Em breve ele extravasa-te das folhas.
Grandes
Os grandes do mundo
Abrem o jogo duma guerra
Porque, no fundo,
O que os aterra
É não ver o povo desgraçado
A malhar num povo desgraçado do outro lado.
Isto, sim,
É que é divertimento sem fim.
E o povo desgraçado?!
- Que isso não te dê cuidado:
Uma vez convencido, até se diverte mais
Que os grandes que tais...
Droga
Droga de substituição
Mais comum no feminino
É o amor do coração:
Mata mais do que o destino.
Distingue
O que distingue um homem doutro homem
É o que veste:
Eis a peste
Dos males que nos consomem.
Então e o mais
Que no íntimo dele nem sequer imaginais?
Sempre
Não vale a pena te menosprezares:
Haverá sempre alguém
A dar-se ares
Que o fará por ti e muito bem.
Ricalhaço
Qualquer ricalhaço voa
Da Bolsa a reler a lista.
Perde quanta coisa boa
Pela janela se avista.
Momento
Tanto ladrão no Governo,
Tanta mentira e malícias
Que é o momento de, lá interno,
Termos um, não, dois polícias.
Vantagem
A vantagem do forreta
É que, quando se finar,
Vai seguir a Luz completa
- E é só para a desligar!
Filhota
A filhota de três anos
Cuida que é de chocolate
Minha pele inda sem danos
E logo em choro se abate:
- Sente que é menos que um verme
Por não a deixar comer-me!
Roupa
- Só roupa de cama nova!
- Mas eu gosto desta, às flores...
- É velha. Ninguém a aprova.
- Também o pai, se tu fores
Ver bem o que é que eu aprovo,
Não o trocamos por novo!...
Brinquedo
O brinquedo favorito
Dum filho não é qualquer,
É sempre aquele maldito
Que acabou de se perder.
Caixa
Numa caixa se meteram,
Tombaram escada abaixo.
Depois que os choros morreram
Nos doces em que os enfaixo,
Que é que andavam a fazer
Pergunto, tal nada fosse:
“A aleijar-nos por querer,
Para nos darem o doce!”
Deixar-to
“Vou deixar-to em testamento”
- Diz-lhe a tia, dum colar.
E a sobrinha, no momento:
“Que bom! Mal posso esperar!”
Parece
Tudo na morte
Parece estar torto,
Mas é uma sorte:
Ninguém envelhece depois de morto.
Dislate
Dei com a minha vizinha
A falar ao gato dela:
Ela crê que ele adivinha
Tudo o que diz na sequela.
Mal a casa pude vir,
Contei ao meu cão depois
E fartámo-nos de rir
Daquele dislate os dois.
Tanto
Tanto o astrónomo destapa
De tanto mistério a lista
Que até faz que exista o mapa
Daquilo que não exista!
Valorizo
Só valorizo a saúde
Quando a morte bate à porta.
Sorte a minha se me ilude,
Que é do vizinho a que é morta!
Sala
Quando alguém, na sala escura,
Perdida de vez a vista,
Alguma coisa procura,
É próprio dum cientista.
Mas se procura uma coisa
Que nunca pode estar lá
E nisto nunca repoisa,
É um filósofo acolá.
Mas se for religioso,
Nada lá sendo por lei,
Gritará de puro gozo:
- Não é mesmo que encontrei?!
Perder
Só vivemos uma vez,
Perder tempo não convém.
Então, às duas por três,
Dormir é que sabe bem!
Míopes
Burocrata, carreirista
Do Governo farão pasto.
Dão leis míopes da vista,
Tremem do projecto vasto.
E sempre o destino humano
Despejarão pelo cano.
Piloto
O piloto de corridas
Corre, corre e vai chegar
Sempre ao lugar das partidas.
Que cenoura o leva a andar?
Um coelho, pelo menos,
Vai da cenoura aos acenos...
Pior
É ridículo
Mas é o processo:
Pior que não ter currículo
É ter currículo em excesso:
Que raiva e que inveja
Desencadeia cada versículo
Até que o poder me veja!
Ignore
De quem anda lá por cima
Aquilo que não encaixo
É que ignore tempo e clima
De quando andou cá por baixo.
Deixar
A mulher inteligente...
Para a deixar eu preciso
De muitas, dum ror de gente,
Tal é a falta de juízo!
Fácil
É mais fácil dizer mal
Do que bem dizer de alguém.
Quem nada faz dá sinal,
Critica quem de obrar tem.
Dar-se ao trabalho de agir?
Melhor é um tiro e fugir.
País
Que País mais triste!
Não tem sentido de humor...
Será mesmo que é o que existe
Ou sou eu a supor?
Ainda por cima, num trejeito acaso terno,
Jura sempre que é tudo por culpa do Governo!
Festas
- Ai, minha neta, cresceste,
Tens de pôr um travão nisso!
- Não tenho, avó, culpa deste
Malfadado grande enguiço.
É da mãe: só planos, planos
De me fazer festas de anos!...
Liga
Quando faz uma pergunta,
Não liga nada à resposta
Porque outra pergunta junta,
Que em ser muito atento aposta!
Medo
O medo é como uma jaula
Mas de barras invisíveis.
Prisioneiros dele em aula,
Mesmo entre mentes sensíveis,
Ninguém se atreve a gritar,
Nem sequer tenta escapar.
Ninguém vai tentar fugir
Se o medo mandar não ir.
É um eficaz mestre-escola:
- Se a vida até nos imola!
Voto
O voto de pobreza
É material,
A ver, de certeza,
Se não há voto de pobreza
Mental.
Quem o entendeu
E viveu,
Com quanta riqueza,
Afinal,
Se viu!
Pode ninguém reparar
Mas ele fica da fortuna a par.
Gostarei
Só gostarei de tocar
Para quem música entenda,
Não para quem só gritar
Aparvalhado pretenda.
Defender
Defender bolsa e gamela
Dos que as têm
É não ver que, na sequela,
Eles nos degolarão também.
Exterminarão meio mundo
A defender o dote,
Só para não perderem, no fundo,
Mangedoira nem chicote.
Abafar
No dia do casamento,
Mal alveja,
Toda a mulher suspira.
Uma o deseja,
Outra relembra o momento,
Uma terceira entende
Abafar a ira:
- É que se arrepende!
Manter
Há quem ande a estudar persa
Como um pâzle de encaixar,
Só para manter conversa
E não ter mais de pensar.
Fala
O senhor que é milionário
E que à vida tanto enguiça
Nem na fala é perdulário,
Mesmo a falar tem preguiça.
Coreia
Coreia do Norte?
Um país perfeito!
Viver lá é uma sorte,
Ninguém se queixa
Nem a tal é atreito.
Porque fugi daquele lugar?
Aqui posso-me queixar...
Bom
O que é bom numa criança
É que é por demais pequena
Para o perigo que alcança.
Se fora maior, a cena
É que, em vez de ir para as aulas,
Era de as fechar em jaulas.
Nocturno
Céu nocturno. O miúdo amua:
“Não consigo, a vista erguida,
Em lado algum ver a Lua,
Tem a lâmpada fundida!”
Vestido
“Ficas mesmo muito bem
Com este vestido, mãe!
Dás-me uma nota de vinte?
...É só comprar um requinte!”
Língua
É uma pena
Que seja isto que nos comande:
Aldeia pequena,
Língua grande...
Colheita
A política, o negócio,
Para a colheita das uvas,
Para além de excluir ócio,
Há-de ser um par de luvas.
Verdade
Uma verdade imortal:
Por mais que a uma companhia
Sejas leal,
Por mais que teu serviço a serviria,
Pode sempre a companhia
Despedir-te, afinal,
Como queira, seja qual for a premência,
E sem lesar a consciência.
É que consciência, a companhia
Não tem nunca em nenhum dia.
Furioso
Quando qualquer mandarim
Furioso está contigo,
Confidencialmente amigo
Concorda logo que sim.
Podes matá-lo depois
Ao dormir sob os lençóis.
Cão
- O meu cão é o mais esperto:
De manhã, na padaria,
Compra-me sempre o pão certo;
A seguir, na leitaria,
É o leite com que desperto;
Ainda me leva o jornal
Para a cama de casal!
- Pois! Eu já sabia disso...
- Ora! Mal sabes quem sou,
Como sabes do feitiço?
- Foi meu cão que me contou!
Monstro
Vou tentando adormecer
A pensar em quem nos ama
Mas o monstro que há-de haver
Debaixo de minha cama
Do sono mantém-me à tona:
- Ele ressona!
Carro
O carro auto-conduzido
É tão revolucionário:
Se não pagas o devido,
Retorna ao concessionário!
Viva
Nem que viva no autocarro
Da escola, meu filho, ao certo,
Uma desculpa em que esbarro
Me jogará, com acerto,
Para chegar atrasado
Quando é de havê-lo apanhado:
- É que ele, em tal autocarro,
Vive lá mas amarrado!
Iguais
Uma constipação
É mesmo democrática:
Tanto a apanha o poltrão
Como a narina aristocrática.
E, para se livrar dela,
Até os torna iguais na sequela!
A verdadeira democracia, então,
É capaz de ser uma constipação...
Língua
A língua duma mulher
Três polegadas apura,
Mata o homem que quiser
Com mais de seis pés de altura.
Juram
Juram que é grande obra de arte
Um monte de lixo exposto.
Não quero findar aparte,
Nódoa de falta de gosto.
Excrementos de meu cão
Já não vou tirar da terra:
Quem sabe se não serão
Obras de arte hoje na berra?!
Meu quintal virou museu,
Tenho cuidado ao pisá-lo:
Agora não é só meu,
É de obras de arte um regalo!
E o quintal de meu vizinho
Com o cheirete que tem,
Que obras de arte lhe adivinho!
Vai além, mas muito além!
Antigamente
Ter antigamente idade
Era ter sabedoria.
Ignorância de verdade
É o que resta de tal via.
Sorrir
Sorrir ainda é gratuito,
Pois sorri ao desbarato!
Olha que quem pode muito
Ainda imposto impõe ao acto...
Marco
Por mais que queira tomar
Meu par por marco geodésico,
Se me andar sempre a queixar,
Tomo-o é por analgésico.
Trata-se
Trata-se de outrem servir
Em nós próprios sem pensar?
Porém, a norma a seguir
Ali é sempre, em lugar:
Sem por nós próprios pensar.
Carros
- Só carros, carros, querido!
Que falta de romantismo!
- Que queres que diga? Cismo:
Para ti que faz sentido?
- Diz-me coisas com amor...
- Ah! Bom: amortecedor!
Rei
O rei queria sair
Com a sua bem-amada.
Manda o astrólogo vir:
- Que tempo faz na jornada?
- Excelente, majestade,
De chuva, nem um sinal.
Sai o rei como lhe agrade
E cruza frondoso vale.
Passa lá um burriqueiro
Ante a real comitiva:
- Majestade, um aguaceiro
Vem aí, tende uma esquiva!
- Não vem nada, o meu astrólogo
Já previu que o tempo tem
Do melhor que um futurólogo
Pode ver horas além.
Seguiram o seu caminho
E logo uma tromba de água
Se abateu, em torvelinho,
Do rei para funda mágoa.
Retorna agreste ao palácio,
Despede o astrólogo logo.
Que ao burriqueiro chamasse-o
O guarda, em seu desafogo.
Dá-lhe do outro o lugar.
- Majestade, nada sei
Do tempo. O burro, ao andar,
Baixa a orelha, reparei,
Quando chega a tempestade.
Daí veio o meu aviso.
Daqui provém, na verdade,
Esta tradição de siso
Pelos séculos além:
De burros o paço encher
Donde todo o saber vem
Com que governa o poder.
Mulher
Que mulher mais persistente!
Sabes quantos anos fez?
Vinte e cinco, renitente,
Pela trigésima vez!
Alpendre
No alpendre ela, com três anos,
Vê uma formiga a passar.
Dum salto, firme nos planos,
Com um pé vai-a esmagar.
“Pronto!” – exclama. – “Assim, na estrada,
Não é mais atropelada.”
Dar
Um forreta bem forreta
Nem a horas nem desoras
Há-de dar nem uma cheta,
Nem sequer vai dar as horas!
Morto
Enquanto vivo, diria:
- Não lhe sinto a falta, não!
Porém, morto, é outro dia:
- Ficou-me no coração!
Aldeias
Quando os mísseis mais os tanques,
De aldeias pela babugem
Correrem sem que os empanques,
Tem o povo estes arranques:
- Como é bela esta ferrugem!
Ciência
Se a ciência tudo expressa
Como é que pode um cigarro
Crescer de alguém na cabeça?
É nisto que nunca agarro,
Nisto é que tudo tropeça.
Sorte
Que sorte perder a guerra!
O que aborrece é, no fundo,
Ter de governar o mundo.
Ao vencido o que se aferra
É ter de ir civilizar
Aquele que lhe ganhar.
Assim Atenas vencida
Fez à Roma vencedora.
Assim, a Roma caída,
À barbárie ganhadora.
Assim, é honra perder
Por civilizar quenquer.
Até que um dia aprendamos
A dar antes que percamos.
Loucura
Querem mortos no hospital
Em lugar do cemitério?!
- A dor com loucura real
Toma a gente sob o império.
Papa
O papa ser libertado
Aceitou por protestantes.
Também entre eles lutado
Houve uma chusma de hiantes
Marroquinos muçulmanos
Com outra fé, doutros planos.
E o Papa, uma vez liberto,
Excomungou-os decerto.
E só os não meteu no inferno,
Que não lhe obedece o Eterno.
E ai dele se o não fizer,
Que há mil crentes a o perder!
Como de outrora lamentam
A perda que sempre intentam
Do direito de matar
Outrem só para o salvar!
Liberdade
A liberdade demora,
Eterna a sorrir, louçã,
Dos heróis de última hora,
Os tiranos de amanhã.
Sentado
Não há nada repugnante
Mais que alguém sentado em glória,
Carne humana em monte, diante,
Apodrecer já na memória.
Basta-lhe
Um político
Com garra
Não precisa de ser crítico,
Basta-lhe uma grande bocarra:
Antes do que nem supões
Põe logo a gritar milhões!
Joelhos
Há gente que passa a vida
De joelhos ante alguém:
Ser feliz tem por medida
O calo que o joelho tem!
Político
Um político em acção,
Se bom político for,
Então há-de ser actor
Sempre em representação.
Génio
O génio logra ser burro,
Mas um burro muito esperto:
Dum problema livra um zurro
Que a inteligência, nem perto!
Alimentam-se
Os rastejantes,
Homens ou animais,
Alimentam-se hoje e dantes
Bem demais:
Doutros se alimentam
E, para alimentar o viço,
Nem outra via tentam,
Querem lá bem saber disso!
Veste
Aquele que veste caro
Usa de insulto barato
Contra quem lhe não for caro,
Mesmo ao menor desacato.
Dispostas
Ter famílias em depósito,
Sempre dispostas a amar,
A amar sempre de propósito,
Que riqueza singular!
Que pena o Estado não ter
Nada disto a oferecer!
Perca
Há quem nunca perca um debate.
Quando ganha, ganha.
Quando perde, qualquer vergasta apanha
Com que no outro bate
E, com a ofensa,
Ganhou a final sentença.
Dividendo
A solidariedade
De gente-bem que é só lixo,
Sem qualquer moral que agrade,
É lixo à conta dum bicho.
Poder
Qualquer todo-poderoso
Vende o poder a patacos:
É só forte e dá-lhe gozo
Ser forte mas é com fracos.
Selva
Na selva como na vida,
Os mais pequenos são carne
Para o maior na subida
Que o mais poderoso incarne.
Estética
Na estética cirurgia
Largo retalhos pequenos.
Não somo mais em tal dia,
Vimos de lá mais pequenos.
Política
A política é um sandeu
Meio de corta-pescoço:
Se der prejuízo, é teu;
Se der lucro, então é nosso.
Meter
De meter a mão no bolso
Há uma estratégia somítica:
O bolso doutrem embolso
Se algo tiver? É política!
Fim
O mundo muito se ilude
Quando por saúde corre!
Perfeita e feliz saúde?
- Dela também ao fim morre...
Longe
O cheiro a dinheiro
Mais longe é o que chega
Ao humano cheiro
Que a narina pega.
Ficam
Os grandes ficam maiores,
Os pequenos, mais pequenos
Não se extinguem, que os senhores
Querem comê-los, ao menos.
Burro
Há muito burro calado:
Calado passa por génio.
A fala tem este fado:
Se falar, adeus convénio,
Que, ao falar, põe tudo à vista:
Génio?! É um pardal de alpista!
Fermenta
O poder, quando é poder,
Fermenta sempre num odre.
Nada de o cheirar nem ver:
Não é um poder, será um podre.
Busca
Muitos homens serão
Um cão em busca de abono:
Cão que é cão
Nunca abandona, então, o dono.
Aconselhas-me
Aconselhas-me sem reservas?
Mas eu tenho é precisão
De chá de ervas
E bolo de limão!
Miúdo
Diz o miúdo graúdo
Quando alguém o questiona
Se não quer uma azeitona:
“Não, com ela não me iludo!”
“Alguma vez provaste uma?”
“Não, nem nunca em tal aposto.
É que eu não confio, em suma,
Naquilo de que não gosto!”
Deitar-se
Teu filho, todas as noites,
Não tem de deitar-se intuito.
Diz, embora não o acoites,
Que dormir demora muito!
Impede
Alguém reter
Não impede que algo ocorra.
Cada um tem de viver
...Até que morra!
Manual
Seria fantástico
Que as mulheres viessem com um manual de instruções
Em que o sentido perifrástico
Não nos pusesse aos tropeções!
Médico
Como a gente anda a correr
E a vida a ficar sem dono,
Anda o médico a escrever
A nova receita: sono!
Barulho
Num mundo que é barulhento,
O barulho ao desligar
Posso estragar todo o intento
Por do mundo me privar.
Único
A bondade é investimento,
Único na sua essência:
Jamais, em nenhum momento,
Vai no mercado à falência.
Ponta
Em pequenos todos temos
Uma pontinha de génio.
Depois vem todo o convénio,
Corta a ponta ao que seremos.
Preito
Quem aprecia a mulher
Aprecia e preito rende,
Mas, como um homem qualquer,
À mulher nunca a entende.
Repente
Era um dia um rapazinho...
De repente, a novidade
É que, mal eu me avizinho,
Já saiu da Faculdade!
Empenhamos
Todos empenhamos a vida
A escrever o livro sem par
Que nem conseguimos, em seguida,
Começar.
Cante
Há quem cante com furor
Sempre à espreita do que é gozo?
- Tu não queres ser cantor,
Tu queres é ser famoso.
Cabeça
Tem cabeça de ar e vento
O do carro insofismável?
Não é dele, ele é um portento,
É só do descapotável...
Nome
Vê só onde leva o ego!
Hoje o nome na fachada
Que amanhã é retirada...
Pasta lá um burro em sossego!
ÍNDICE
Afectos e laços
Trilhos de ser
À luz do dever
Sonhos de alvorada
Em compasso irregular
Sobrevoo, um élitro além
Um regular horizonte
O horizonte incerto
Aura clássica
Os longos afectos
Ponderar o ser
Desvendar o dever
Sonhar para além
Do amor à utopia
Do ser ao dever
Sorrir à vida